BRASIL - Em preparação para 2016, atleta do taekwondo quer ser modelo
Medalha de prata nos Jogos Mundiais Militares (2011) e no Pan-Americano da categoria (2010), e 19ª no ranking mundial de Federação Internacional de Taekwondo, a lutadora Talisca Reis tem um objetivo: disputar as Olimpíadas do Rio em 2016 e sair com uma medalha no peito. De preferência, dourada. Além dos treinos intensos, do cuidado com a alimentação e das competições no Brasil e no exterior, ela também resolveu dar o primeiro passo na carreira de modelo, tudo por conta da busca por patrocinadores, já que, segundo ela, o taekwondo ainda carece de apoio no país.
Dona de um físico invejável, a morena de 23 anos e 1,74m - que compete na categoria 53kg no Mundial e 49kg nos Jogos Olímpicos - decidiu fazer um ensaio fotográfico. Apesar de ter feito as fotos para ajudar a alavancar sua carreira esportiva, Talisca revela em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM que uniu o útil ao agradável: tudo também faz parte de um desejo antigo.
- Tinha esse sonho quando mais nova. Eu acho que não atrapalharia, daria para conciliar a carreira de modelo com o taekwondo. Acho que posso desfilar. Ainda não tive essa experiência. Contanto que tenha um bom planejamento, não prejudica. Como eu nunca tinha feito fotos, não sabia muito em relação à pose, como deixar o cabelo, como olhar, mas a pessoa acostuma. O problema é que cansa muito. Preferia ficar treinando a tarde inteira (risos) - contou a beldade, que tem um irmão modelo.
- Meu irmão sempre me apoiava, falava para eu fazer um book. Ele mora no Japão, é modelo profissional e se chama Hélio Jezierski. Ele é meu espelho - disse ao GLOBOESPORTE.COM.
De acordo com a lutadora, a Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD) faz o que pode dando apoio e levando os atletas para diversas competições. Mas falta, por exemplo, um local para a seleção treinar junta. - A seleção brasileira é espalhada no Brasil todo. Não treina todo mundo junto. Seria importante ter um lugar para todos, até para os resultados no futuro. Eles deviam pensar nisso - relatou a atleta, que também já conquistou a prata nos Jogos Sulamericanos, em 2010, e ficou em quarto no Mundial Militar, em 2012.  Talisca Reis tem três títulos brasileiros universitários (Foto: Arquivo Pessoal)
Além disso, muitas competições ficam fora do orçamento da CBTKD. Ou seja, os atletas precisam bancar sua presença ou contar com patrocinadores em alguns torneios. O Aberto do Canadá - que acontece de 2 a 5 de maio em 2013 e conta pontos para o ranking mundial - é um deles. Por isso, Talisca participa do projeto Pódio Brasil. Em um site, a morena pede doações e tenta arrecadar R$ 4 mil para estar em Toronto. Até o momento, ela já conseguiu R$ 2.150 em doações. Quem contribuir ganha prêmios, que vão desde um agradecimento personalizado na fan page oficial da atleta (R$ 10) até uma carta, um mês de aulas de taekwondo para adulto ou para duas crianças, uma proteção de antebraço, caneleiras e uma camisa, além de quatro aulas com o atleta olímpico Diogo Silva (R$ 400).
Em relação às fotos, se não expuser muito, a Marinha não implica não"
Talisca Reis, musa do taekwondo
Filha de um ex-praticante de judô e kung-fu, Talisca contou com a ajuda financeira dos pais até 2010. Naquele ano, foram abertos editais de inscrição para a Marinha do Brasil. A morena resolveu tentar e, por conta de suas três medalhas de ouro, em 2008, 2009 e 2010 no Campeonato Brasileiro Universitário, conseguiu entrar. Nascida em Rondônia, ela mora atualmente em Londrina, no Paraná. Quando é chamada, precisa se apresentar.
- Tem campeonatos em que eu represento a Marinha, como os Jogos Mundiais Militares (prata em 2010). Funciona assim: o almirante fala que a gente tem que ir tal dia lá. E nós vamos todos fardados. A questão da disciplina é muito forte na Marinha. E acho que isso ajuda no esporte. Os militares incentivam muito. Em relação às fotos, se não se expuser tanto, a Marinha não implica muito não (risos) - contou a lutadora.
Mesmo sendo da Marinha, ela não vê problemas em seguir fazendo fotos e, no futuro, desfilar nas passarelas. Ensaio nu está descartado, pelo menos por enquanto, já que seria exposição demais para alguém das Forças Armadas.
 Morena já ganhou apelido de musa na academia e da amiga Raphaella Galacho (Foto: Milton Takeda)
Solteira e focada na preparação para as Olimpíadas do Rio, a morena diz que ganhou o apelido de musa das meninas da academia em que treina e também da amiga Raphaella Galacho, que faz parte da seleção brasileira de taekwondo. Além disso, ela revela que, nas competições, ouve muitas gracinhas relativas à sua beleza.
- As meninas aqui mesmo na academia falam. Me chamam: 'ô musa'. Tem a Raphaella Galacho, que falam que é musa também. Nós nos chamamos de musa, eu e ela. Sou super fã da Raphaella Galacho. Nas competições, sempre tem uma piadinha, sempre tem uma troca de olhares - brincou a musa, que diz ser fã de Natalia Falavigna, bronze nas Olimpíadas de Pequim, em 2008.
Clique no link abaixo e confira o ensaio de Talisca
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| Nicholas Pigozzi o Atleta que tirou a titularidade da Seleção Brasileira de Diogo Silva |
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Entrevista com Nicholas Pigozzi
Nicholas Pigozzi é o novo titular da categoria -68Kg, na Seleção Brasileira e, tendo alcançado este lugar pela primeira vez na sua carreira, são grandes as suas expetactivas para as competições deste ano em que representará o Brasil, sobretudo para o Mundial do México. A busca do atleta paulista, natural de Campinas, por esta vaga na Seleção culminou da forma mais emocionante na Seletiva Nacional, sendo que na final da sua categoria, venceu Diogo Silva, um dos seus ídolos. Para Nicholas, esta conquista veio de forma natural e é resultado de todo o trabalho que tem vindo a desenvolver, com muita dedicação e esforço. Em entrevista, o novo titular da categoria -68Kg, conta um pouco da sua história no Taekwondo, dos seus desafios e do que espera agora que está na Seleção, agradecendo também à CBTKD todas as oportunidades criadas pela entidade para os atletas brasileiros.
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CBTKD: Como começou a sua história no Taekwondo?
Nicholas Pigozzi: Comecei no Taekwondo com oito anos de idade. Entrei no esporte depois que assisti a uma aula. Fiquei muito interessado em participar, tomei gosto pela competição aos 10 anos, sendo que no período da categoria infantil fui algumas vezes campeão paulista. Participei de alguns Brasileiros, mas nunca cheguei a ser campeão nacional. No júnior também conquistei estaduais e alguns títulos nacionais, já na categoria adulto fui campeão brasileiro e três vezes campeão da Copa do Brasil.Treinei primeiro com Mestre Ronald em Campinas, depois fiquei 10 anos treinando com o Mestre Tilico, em Campinas também, depois passei três anos em Londrina e finalmente conheci a Carmen Carolina, minha esposa e técnica da Seleção Brasileira. Então decidimos montar nosso espaço em Rio Claro, onde já estamos há quatro anos trabalhando muito em prol do Taekwondo.
CBTKD: De toda a sua carreira, quais os títulos que considera as suas maiores conquistas no Taekwondo?
Nicholas Pigozzi: Conquistei o Brasileiro em 2005, três vezes a Copa do Brasil 2004/2011/2012, fui duas vezes Campeão dos Jogos Abertos de São Paulo, vice-campeão do Open da Argentina 2012, quinto lugar no Holanda Open 2013 e quinto lugar na Copa do Mundo 2012 por equipe, sendo que a recentemente conquistei a Seletiva Fechada, sendo Campeão e conquistando a titularidade na Seleção. Também fui eleito o melhor atleta dessa competição.
CBTKD: Em quem se inspirou para seguir a carreira de atleta? Tem algum ídolo dentro do Taekwondo?
Nicholas Pigozzi: Meu maior ídolo dentro do Taekwondo é o atleta iraniano Hadi Saei, não somente pelo seus títulos, mas também pela sua postura exemplar dentro e fora do tatame. Ele é um exemplo de humildade, determinação e espírito. Também por ter treinado um longo tempo junto comigo em Campinas e por eu ter feito parte de sua preparação para a Olimpíada de 2004, tive o atleta Diogo Silva como um ídolo.
CBTKD: Recentemente conquistou a titularidade na Seleção Brasileira, na categoria -68Kg. Ser atleta da Seleção sempre foi um sonho?
Nicholas Pigozzi: Sim, com certeza! Desde as categorias de base, eu imaginava como seria ser atleta da Seleção... No Júnior, infelizmente, nunca consegui, mas agora no Adulto realizo mais esse sonho da minha carreira, o que me proporcionará realizar outros sonhos. Na Seletiva, fiquei muito feliz quando acabou a luta final e vi que tudo o que tive que passar durante todos esses anos e que o que procurei para alcançar esse lugar, valeu a pena. Foi uma conquista suada, com dor e sofrida, mas tudo valeu, pois realizei uma parte dos meus sonhos.
CBTKD: Mencionou que Diogo Silva foi um dos seus ídolos. Como foi disputar com ele a luta que valia a titularidade na Seleção e ter vencido?
Nicholas Pigozzi: Bom foi algo natural, para mim. Ele tem muita bagagem internacional, dois Jogos Olímpicos, três Jogos Pan-americanos, entre outros torneios. Eu apostei em mim e no meu potencial e sabia que seria uma luta muito complicada e que venceria quem tivesse mais frieza. Foi difícil, mas dessa forma torna-se mais valorizado.
CBTKD: De que forma se preparou para essa Seletiva?
Nicholas Pigozzi: Me preparo para isso há muito tempo. Para esta seletiva, a Carmen Carolina começou um trabalho comigo, desde o início de 2012. Quando perdi a seletiva para a seleção de 2012, trabalhamos duro e com determinação para lapidar o potencial e ajustar tudo o que fosse necessário. Não tivemos Natal nem virada de ano, passamos treinando mesmo viajando. Treinei até sozinho na praça no dia 25 de dezembro, só tinha eu e os pássaros lá (rs). Quando estávamos em Rio Claro, tivemos a presença de alguns atletas de outras equipes que também participaram da seletiva, o que foi de grande ajuda nos treinamentos.
CBTKD: O que mudou na sua vida, agora que entrou para a seleção?
Nicholas Pigozzi: Continuo no mesmo ciclo, treino, aulas na academia, ajudo em casa e tomo conta da parte burocrática da academia. Estou há mais de um mês fora do Brasil para treinamentos e competições. Participei do Holanda Open, fiz um intercâmbio de duas semanas na Noruega, participei do Bélgica Open, e estou na Espanha onde ficarei até maio, retornando ao Brasil depois do campeonato Aberto da Espanha. O que mudou é que agora tenho novos objetivos, e estou me preparando para eles de uma forma nova, tudo planejado por minha treinadora para que eu tenha um bom desempenho no Mundial.
CBTKD: Quais as suas expectativa para as competições este ano?
Nicholas Pigozzi: As melhores possíveis! Pretendo representar bem o país em todas as competições que participar, de olho sempre no objetivo traçado por mim e minha equipe técnica.
CBTKD: Pretende acrescentar algo?
Nicholas Pigozzi: Gostaria de agradecer a todos os que me apoiam, aos patrocinadores Unimed Rio Claro, Seme Rio Claro e agora à Strike, que também está nessa parceria para colaborar com novas conquistas.Também quero agradecer à minha esposa, técnica, amiga por não ter desistido de mim nunca, sei que não sou fácil de trabalhar e ela nunca hesitou em estar ao meu lado! Aos meus amigos, companheiros de treino, que estão comigo nesta caminhada, juntamente com minha equipe técnica, preparador físico Thiago Mendes, e nossa nutricionista Barbara. Quero ainda parabenizar os esforços que a CBTKD vem fazendo para dar oportunidade a todos, de forma a nos dar coragem para seguir em frente. E, para terminar, quero deixar uma frase que o meu irmão me enviou na manhã da Seletiva: "É nas dificuldades que se encontram as oportunidades".
Obrigado pelo espaço e divulgação. | |
